Estalos nos ouvidos podem ser sinal de um distúrbio da ATM

Estalos nos ouvidos
Estalos nos ouvidos

Os motivos para o surgimento de estalos nos ouvidos são diversos. Alguns são por motivos passageiros sem nenhuma gravidade, como uma mudança de pressão no ouvido que pode acontecer com a variação de altitude, ao mergulhar, ou durante uma viagem de avião.

Mas se os estalos nos ouvidos são frequentes e principalmente se são acompanhados por dores na hora de mastigar ou bocejar, pode ser um problema na ATM (articulação temporomandibular). Esta é uma articulação muito complexa, que liga a mandíbula ao crânio e é responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca, como na hora de mastigar e falar, por exemplo. A ATM possui uma cartilagem que auxilia os movimentos da mandíbula que pode se desgastar ou ficar mal posicionada causando os estalos, e por estar muito próxima aos ouvidos é facilmente identificada.

Estes distúrbios na articulação temporomandibular, conhecidos com DTM, vão desde artroses avançadas, desvio na forma, disco articular deslocado, hiperplasias, etc.

Embora nem todos tenham que ser tratados, todos os estalos devem ser investigados, inclusive os assintomáticos, que podem estar em uma fase estável, um sinal de que algo ocorreu mas não irá evoluir. Os estalos também podem ser indicativos de problemas futuros que demandam tratamentos preventivos.

As causas podem estar relacionadas a maus hábitos como mastigação incorreta, roer as unhas, mascar constantemente chicletes, dormir de bruços ou o bruxismo. Sem a devida atenção, o quadro pode evoluir para patologias mais graves, como o desgaste da articulação temporomandibular e o travamento da mandíbula, por exemplo, que podem causar dores de cabeça intensas. Neste caso é importante procurar um especialista em ATM para identificar a causa e iniciar o tratamento o quanto antes, evitando um procedimento mais invasivo no futuro.

O Prof. Dr. Marcelo Bolzan possui mais de 35 anos de experiência no diagnóstico e tratamento em Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular (DTM), e há 8 anos atua como coordenador de curso de Dor Orofacial na Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia, tendo realizado mais de 8 mil atendimentos na clínica da FUNDECTO USP, além de ser autor de inúmeros artigos publicados em revistas renomadas internacionalmente.

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